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7 Dias Nutridos de Sabores

Sou uma apaixonada pelo mundo da cozinha e tenho o gosto de partilhar as minhas receitas favoritas. Considero este blog como o meu encantador livro de receitas. Receitas ricas de aromas e sabores memoráveis.

7 Dias Nutridos de Sabores

16
Dez23

Não quero mais que um som de água!

IMG_3105.jpeg(D.M., Porto, 13-12-2023)


Não quero mais que um som de água

Não quero mais que um som de água

Ao pé de um adormecer.

Trago sonho, trago mágoa,

Trago com que não querer.

 

Como nada amei nem fiz

Quero descansar de nada.

Amanhã serei feliz

Se para amanhã há estrada.

 

Por enquanto, na estalagem

De não ter cura de mim,

Gozarei só pela aragem

As flores do outro jardim.

 

Por enquanto, por enquanto,

Por enquanto não sei quê...

Pobre alma, choras sem pranto,

E ouves como quem vê.


(19-8-1930)
Poesias Inéditas (1919-1930). Fernando Pessoa. (Nota prévia de Vitorino Nemésio e notas de Jorge Nemésio.) Lisboa: Ática, 1956 (imp. 1990). - 154.
21
Nov23

Outono: temporada dos Cogumelos! 🍄

Primavera, época das flores, dos pássaros, dos morangos, das cerejas e dos mirtilos;
Verão, época dos melões/meloas/melancias, dos figos, do ananás, das uvas e dos pêssegos; 
Outono, época dos cogumelos, das castanhas, dos marmelos, das romãs e dos dióspiros; 
Inverno, época das clementinas, dos kiwis, dos frutos secos (noz, avelã, amêndoa), das laranjas e das anonas.

Cada fruto, flor, legume ou fungo - cada Ser - na sua temporada, aparecerá nos campos, nos bosques, nos mercados, por todo o lado. Só se pode dizer que, não desfrutar de cada um deles é um... desperdício!

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Cogumelos (Mushrooms)

Varando a noite, com
Brandura, brancura,
Silêncio absoluto,

Do artelho aos narizes
Tomamos posse da argila
E do ar adquirido.

Ninguém nos avista,
Nos detém, nos agride;
Evadem-se os grãozinhos.

Punhos suaves insistem
Em brandir agulhas,
O recheio folhudo,

Até o calçamento.
Nossos martelos, marretas,
Sem olhos e ouvidos,

De voz nem um fio
Alargam as gretas,
Ombro abrindo fendas. Nós

Vivevos a pão e água,
Migalhas de sombra,
Com modos afáveis,

Inquirindo pouco ou nada.
São tantos de nós!
São tantos de nós!

Somos estantes, somos
Mesas, somos humildes,
Somos comestíveis,

Aos trancos e arranques
Apesar de nós mesmos
Nossa espécie se expande:

Pela manhã, havemos
De herdar o planeta.
E nosso pé porta adentro.


Poema de Sylvia Plath, traduzido por Flávio Quintiliano 
(in jornal LEIA, nº 121, Brasil, 1989, p. 50)

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